Uesc -Universidade Estadual de Santa Cruz

Kàwé

Linhas de Pesquisa

O Núcleo desenvolve suas ações a partir de quatro Linhas de Pesquisa:

1. Religião, saúde e práticas sociais:
Sabe-se que a religiosidade, em qualquer grupo social, está intimamente ligada ao imaginário construído ao longo do tempo que é, em última estância, a forja onde as gerações moldam suas matrizes culturais. Investigar tais campos do conhecimento significa adentrar-se pelas práticas rituais e ritualísticas; a teogonia, a teologia; os ritos de passagem, a estrutura social e hierárquica vigente nos diversos grupos e segmentos; o modo particular e exclusivo de interpretar o universo e a vida, origem e destino do homem, as relações intra e extragrupais, os processos e procedimentos de cura e tratamento; as matrizes arquetípicas que sustentam todas as vivências culturais e a mítica que sustenta o sistema de trocas.  
Grandes campos se avultam, então, a exemplo de imaginário, saúde, linguagens, religiosidade. Assim, há de se caminhar pelas vias dos arquétipos e sua tipologia; da mitologia; do sistema simbólico; da memória, priorizando os processos ritualísticos; a relação profano/sagrado; o sistema de crenças; a espiritualidade; a cosmovisão; a teogonia, a teologia e a liturgia.
As bases da Linha se estribam nas concepções de Bachelard, Durand, Jung, entre outros, que se estribam na Hermenêutica. Quanto ao enfoque sobre o Candomblé, enquanto religião afro-descendente no Brasil, parte-se dos caminhos já apontados por Roger Bastide.
* Ruy do Carmo Póvoas, coordenador do Núcleo (UESC/DLA). Temática: O candomblé no Sul da Bahia.
* Maria Consuelo de Oliveira Santos, colaboradora (Universidade Rovira i Virgili, Tarragona, ES). Temática: Antropologia Médica e medicina internacional. Tese de doutoramento: O processo curativo em terreiro de candomblé do Sul da Bahia, Brasil.
* Valéria Amim (UESC/DLA/Comunicação). Temática: Religiosidade e identidade. Tese de douramento: Águas de Angola em Ilhéus: um estudo sobre a reconfigurações religiosas do Sul da Bahia (UFBA).

2. Imaginário, mitodologia e etnicidades
: Investiga temas relacionados às formações simbólicas, míticas e étnico-raciais na tradição cultural afro-brasileira, envolvendo áreas temáticas tais como ancestralidade, mitologia, gênero, culinária, obras artísticas, gestualidade e nações africanas.  (Entre as abordagens, destacam-se o emprego da antropologia do imaginário, do visual e da arte).

3. Linguagem e representações: Estudos sobre as africanidades e a afrodescendência, inseridos nas múltiplas leituras do texto e do discurso. Abordagens transdisciplinares que contemplam as perspectivas lingüísticas, pragmática, semiótica, literária e das análises do discurso.
* Marialda Jovita Silveira (UESC/DLA):
Temática: Linguística aplicada. Gêneros discursivos e textuais da tradição oral afro-baiana regional: repertório, estudo e aplicação pedagógica;
Temática: Lingüística aplicada. Tese de doutoramento: O que (não)dizem os orixás: silêncio, segredos e mitos (Alcalá de Henares/ES).

4. Educação e ideologias de inclusão: Estuda  a educação numa perspectiva histórico-cultural. As políticas educacionais e culturais recentes relativas às relações étnico-raciais. Problematiza a educação em seus contextos sócio-culturais e suas implicações para  os sujeitos e para as práticas educativas.
* Jeanes Larchert (UESC/DCIE) – Estudos sobre Currículo e Africanidade.
* Elis Cristina Fiamengue (UESC/DCIE). Temática: Estudo da problemática da educação nas comunidades quilombolas do sul da Bahia.
 “A proposta desta pesquisa é a realização de um mapeamento do acesso à educação formal das populações quilombolas no sul da Bahia e verificação das condições de implementação das políticas públicas de educação básica nessas comunidades. Para tanto, pretende-se traçar o perfil educacional das comunidades, compreendendo suas percepções e expectativas com relação à educação formal, bem como mapear as práticas culturais envolvidas no processo de socialização infantil. A metodologia utilizada será quali-quantitativa com a realização de entrevistas, histórias de vida, grupos focais e observação com registros em diário de campo. Além disso, utilizaremos os dados das secretarias estaduais e municipais de educação.”
Quando a Professora. Elis Cristina Fiamengue se predispôs a fazer parte do Kàwé, esse projeto já tinha sido institucionalizado no CIE, e o seu financiamento aprovado pela FAPESB. A referida professora, enquanto coordenadora, juntamente com a Professora. Jeanes Larchert, também integrante desse projeto de pesquisa, fazem parte do Kàwé. O mesmo, no entanto, ainda não se aplica aos demais participantes dele.