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Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBa.), a professora Rita Virgínia Argollo é especialista em História Regional pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e Mestre em Educação pela Universidade Federal da Bahia. Coordena o curso de Comunicação Social (Rádio e TV) da UESC desde 2004. Agora, em 2007, o curso obteve nota máxima através do relatório do ENADE – Exame Nacional de Avaliação e Desempenho Escolar.

Uesc.br - Professora, em que pese qualquer obstáculo enfrentado pelo Curso de Comunicação Social, como a senhora avalia o conceito máximo obtido no último relatório do ENADE/MEC?

Rita Virgínia - Trata-se de um longo trabalho realizado por um grande grupo. Desde o início do curso, em 1999, quando alguns professores aceitaram o desafio de implantar um curso de comunicação aqui na Uesc, passando pelo processo de fazer com que esse curso funcionasse – com outros professores, laboratórios, publicações, ações de pesquisa e extensão aliadas à graduação – até o momento em que podemos, finalmente, começar a colher os resultados. Acredito numa grande parceria – entre as áreas (som, teorias e imagem), entre os professores - que uma vez ou outra nos deram suporte, vindos de outros departamentos, entre os alunos e o colegiado. Destacamos a participação efetiva do centro acadêmico trabalhando lado a lado com o colegiado, sugerindo, cobrando, crescendo juntos.

Uesc.br - Considerando o tripé ensino-pesquisa-extensão, como a senhora diagnostica o curso de Rádio e TV do ponto de vista de sua consolidação?

Rita Virgínia - Conseguimos chegar a um interessante patamar. Com professores qualificados – e em constante qualificação, acreditamos que os resultados das ações em sala de aula são potencializados pela participação desses professores junto com os alunos em projetos de pesquisa e extensão. No primeiro caso, para consolidar a produção de conhecimento, para estimular novas descobertas. Isso pode ser percebido na constante aprovação de trabalhos de alunos e professores deste curso em congressos como o Intercom (Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação), o mais importante deste segmento no Brasil. Este ano, todos os nossos professores que enviarem artigos foram aceitos – isso sem contar com os alunos, que entendem a necessidade de participação ativa nestas ações. No segundo, para que possamos cumprir o papel social da universidade, principalmente no que se refere a uma instituição pública. É o nosso retorno para a comunidade que investe na gente.

Uesc.br - Com relação à infra-estrutura disponibilizada, quais são as principais necessidades do curso de Comunicação Social?

RV - Ainda não temos o curso plenamente implantado, embora tenhamos uma estrutura muito boa. Hoje dispomos de laboratórios de fotografia, som, rádio, vídeo, computação gráfica, redação informatizada e multimídia, além de um estúdio multiuso. Ainda precisamos investir na funcionalidade do estúdio, o que temos de equipamentos de vídeo ainda não é o suficiente, mas novos investimentos estão sendo feitos e nós acreditamos que estamos fazendo parte da construção de um curso de ponta.

Uesc.br - Há novidades em termos de biblioteca especializada?

RV - Durante a fase em que nos preparávamos para o reconhecimento do curso, nos foi dada prioridade para aquisição de livros – o que melhorou bastante o acervo da área de comunicação. Atualmente, enviamos pedidos semestralmente, que aos poucos vão melhorando o suporte de pesquisa para professores e alunos.

Uesc.br - Uma das conquistas do curso é o convênio com a Fundação Roberto Marinho e o Canal Futura. Quais as vantagens desse intercâmbio?

RV - Esta parceria foi um presente para todos nós, e o reconhecimento pela Fundação Roberto Marinho e pelo Canal Futura do nosso trabalho. A proposta é o intercâmbio de conteúdo, o estímulo para que o embrião da TV universitária possa crescer, a capacitação de alunos e professores... Aliás, esse contato começou com um ex-aluno nosso, que foi morar no Rio de Janeiro, transferido, se tornou estagiário do Futura e disse para as supervisoras dele que a Universidade de onde ele tinha vindo, em Ilhéus, era muito boa... Marcos Vinícius, o nome dele. A partir daí, fomos procurados, a equipe da Fundação Roberto Marinho nos visitou para conhecer a nossa estrutura, as nossas produções... Começamos a desenvolver um trabalho excelente!

Uesc.br - Os cursos de Rádio e TV são novos no Brasil. Quais as perspectivas do mercado de trabalho?

RV - Acreditamos no fortalecimento do radialista, na contínua melhoria da mão-de-obra, na transformação dos mercados. Hoje, recebemos alunos não só do eixo Ilhéus-Itabuna, mas da Bahia inteira e de outros estados, como Minas Gerais e Espírito Santo. Nossos alunos são capacitados para a produção, direção e edição de vídeos e produtos televisivos, desde o roteiro até a finalização, criações para a internet, elaboração de produtos e programas para o rádio, produção de notícias, entendendo sempre os avanços dos meios.

Uesc.br - Como estão os projetos da TV e Rádio UESC?

RV - A Rádio Uesc é um projeto criado pelo professor Anaelson Leandro, que atualmente faz parte do quadro de professores da Uesb, e que hoje é coordenado pela professora Eliana Albuquerque. Funciona com a participação também de bolsistas de extensão. O projeto da TV Uesc é coordenado por mim e pela professora Betânia Barreto. Nós trabalhamos com oito bolsistas e alguns voluntários, além de técnicos contratados que nos dão suporte. Produzimos hoje o programa Universus, estamos finalizando os vídeos institucionais da universidade e fazemos reportagens para o Jornal do Futura e para o programa Sala de Notícias, também do Futura. Atualmente, estamos discutindo a nossa participação em um programa que está sendo criado para veicular projetos experimentais de conclusão de curso. Três universidades parceiras do Futura farão parte desta ação e nós estamos nesse processo. Vale destacar que somos a única universidade parceira do Futura no Estado da Bahia.

Uesc.br - Com oito anos de existência, há algum projeto de mudança curricular/estrutural do curso?

RV - Estamos, há dois anos, discutindo e trabalhando nesta alteração. Atualmente, o projeto está quase pronto para ser encaminhado. Substituímos algumas disciplinas, criamos novas – para atender às transformações da área. Acreditamos que vamos poder trabalhar com uma estrutura curricular bastante avançada.

Uesc.br - Qual o próximo grade evento promovido pelo Colegiado de Comunicação?

RV - Este ano realizaremos a 5ª Semana de Comunicação, com o tema Novas Tecnologias da Comunicação e Responsabilidade Social. O evento já é uma tradição nossa – apesar de estarmos num curso jovem. Oferecemos palestras, oficinas, mini-cursos... Para estudantes daqui, de outras instituições de ensino, professores e também para os profissionais do mercado