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Entrevistas

O Desafio das Novas Engenharias

 

Entrevista com o Professor Evandro Sena Freire, diretor do DCET, em 20/07/2011.

Evandro Sena Freire possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Viçosa (1975), mestrado em Processamento e Armazenamento de Produtos Tropicais pelo National College Of Agricultural Engineering (1981) e doutorado em Engenharia Agrícola e Biológica pela Universidade da Flórida (1995). Atualmente, é professor pleno da UESC. Tem experiência na área de Engenharia Agrícola, com ênfase em Engenharia de Pós-colheita, atuando principalmente nos seguintes temas: processamento pós-colheita, fermentação e secagem de cacau e aproveitamento de produtos do beneficiamento do cacau.

 











 

Núcleo Web - Professor Evandro, o surgimento dos novos cursos na UESC indica um crescimento substantivo na área de Ciências Exatas e Tecnológicas?

Evandro Sena Freire - Sim. Hoje o Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas da UESC tem cinco cursos de graduação, a nível de bacharelado, e nós vamos passar para nove cursos. Então, é um salto bastante grande no Departamento. O número de ingressos no vestibular é cerca de 290 alunos, nós vamos passar a ter um aumento de 160 alunos ingressantes, chegando a um total de cerca de 400 alunos anualmente. Além dos ingressantes, evidentemente que para implementação desses cursos, nós vamos ter que contratar novos professores, não só para as engenharias, mas também para as áreas básicas do Departamento, ou seja, ciências exatas. O Consepe aprovou um total de 75 professores para esses cursos, mas alguns professores serão de outras áreas, tipo Economia, Ciências Agrárias e Administração.

Núcleo Web - Do ponto de vista estratégico, professor, qual a importância desses novos cursos para a atuação da UESC na região?

Evandro Sena Freire - Esses cursos, essas novas vagas darão uma maior oportunidade para os jovens e os interessados da região em, cursar essas engenharias. A vinda de novos docentes é estratégica para a alavancagem de pesquisas de natureza pura e aplicada e consequentemente para a aceleração do desenvolvimento regional com a intervenção direta da UESC.

Nesse momento, quais providências estão sendo adotadas para a implantação dos cursos de Engenharia?

Após a aprovação do Consepe, foram tomadas providências no sentido de ampliar a infra-estrutura do Departamento, de forma a atender à demanda de aulas; a criação de comissões de implantação dos cursos e administração acadêmica dos mesmos. Inclusive, a elaboração de propostas para oficialização da composição dos colegiados para cada um desses novos cursos.

Um pavilhão de aulas está sendo construído no campus da Universidade para abrigar os novos cursos. Já existe previsão para conclusão das obras?

A conclusão está prevista para outubro. Esse pavilhão deverá abrigar esses novos cursos, com a direção do Departamento e todos os colegiados do Departamento, que são, no total, nove com as novas engenharias. Está previsto um aumento substancial no número salas de aulas tradicionais e também de salas informatizadas para atender, não só aos cursos do DCET, mas também outros cursos da UESC.

Quando as aulas das primeiras turmas serão iniciadas?

Conforme o calendário aprovado em reunião de CONSEPE, a data de início das aulas é 3 de outubro de 2011.

Quanto ao projeto pedagógico desses novos cursos, o que o senhor poderia dizer sobre isso?

Os projetos pedagógicos foram elaborados por comissão interna do Departamento, uma comissão multidisciplinar de alto nível - eu assim considero pela formação dos professores que nós temos no Departamento. Então, na elaboração ou desenvolvimento desses projetos foram utilizadas experiências e tendências inovadoras, em nível nacional e mundial, para que nossos PACs (Projetos Acadêmicos) fossem os melhores possíveis. Projetos inovadores que possam atender às exigências da sociedade no que se refere à engenharia Civil, Elétrica, Mecânica e Química.

Quais as perspectivas dos futuros profissionais de engenharia no mercado de trabalho, professor?

Os egressos, a meu ver, terão a grande oportunidade e perspectivas bastante amplas no futuro, porque hoje, nós sabemos que é uma realidade no país a importação de engenheiros, dado ao crescimento da economia e exigências na área tecnológica para fazer face a esse crescimento. Eu gostaria apenas de citar algumas situações, por exemplo, a Petrobras está prevendo contratar e capacitar cerca de 200.000 engenheiros em quatro anos. Mas, para um exemplo mais próximo, em nível regional ou estadual, na verdade, nós temos a questão da mineração no Estado que tem uma carência de profissionais engenheiros, profissionais capacitados em engenharia do petróleo, mecânica, na engenharia civil e química. Essa deficiência tem sido registrada no Ministério do Trabalho, desde 2008, com o aumento da vinda de engenheiros ou profissionais de outros países.

Na sua opinião, professor, o Projeto do Complexo Intermodal anunciado pelo Governo Federal representa um progresso para a nossa Região?

Eu vejo que ele deve representar um progresso para região. Nesse aspecto, a UESC, com esses novos cursos, poderá contribuir bastante tanto para a implantação dessa infraestrutura como no processo de operacionalização dessa infraestrutura. E essas novas engenharias poderão também - já, de início, em função dos profissionais que nós temos, em função dos profissionais que nós vamos adquirir e em função dos egressos desses cursos - contribuir bem mais para que esses resultados ou benefícios econômicos e sociais, que virão para região, sejam sustentáveis não só a curto, mas também a médio e longo prazos.

Então, quais os desafios do DCET nos próximos anos?

Com a implantação desses novos cursos, nós queremos, a curto prazo, duplicar o número de ingressos. Estão aprovados 40 alunos por cada curso de engenharia; a ideia é que se chegue a 80, por curso de engenharia. Com isso, nós vamos dar mais oportunidades para os jovens interessados e vamos otimizar, sob o ponto de vista mais amplo, a melhor utilização da infraestrutura ou do investimento que a Universidade vai fazer para manter esses cursos. Com a vinda de novos professores e com os que nós já temos, vamos poder desenvolver a nossa pós-graduação - eu estou falando em nível de Departamento. Hoje, nós temos apenas três cursos de pós-graduação: um em física, um em engenharia química, mais especificamente, ciências dos materiais, e mais recentemente nós criamos um profissionalizante na área de matemática. Para se ter idéia, hoje nesse curso profissionalizante em matemática nós temos 20 vagas; são 20 bolsas em nível de mestrado para professores da rede pública e estamos prevendo ampliar isso, para o ano que vem, em mais 20 vagas. Então, esses desafios de atender a sociedade são muito grandes, mas nós temos com o nosso corpo docente atual e o que virá, em um futuro próximo, condições, tenho certeza, de melhorar ou ampliar esse atendimento à sociedade.

Professor, finalizando, que mensagem o senhor daria hoje para a comunidade acadêmica, para a juventude, a sociedade de modo geral, com essas perspectivas que nós temos no desenvolvimento das novas engenharias?

Eu gostaria que os jovens aproveitassem essa oportunidade. Evidentemente, que vai necessitar um esforço deles, porque, são oportunidades bastante únicas. Na região, hoje, nós não temos esses cursos em universidades públicas, gratuitas, e queremos ter cursos de qualidade. Então, a oportunidade é fantástica, eu vejo assim. E eu gostaria que os jovens e os interessados da região e até de fora fizessem todo esforço para aproveitar isso. Porque a nossa sociedade precisa, o nosso estado precisa, o nosso país precisa.

Muito obrigado, professor.

 
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