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Entrevistas

Universidade implanta Plano de Desenvolvimento Institucional

 

Entrevista com a Vice-Reitora Adélia Pinheiro, em 21/06/2010.

A professora Adélia Pinheiro atualmente é a vice-reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz. Já foi pró-reitora de Graduação (2006-08).Possui graduação em Medicina pela UFBa, residência em Medicina Social, mestrado em Saúde Coletiva e doutorado em Saúde Pública pela USP(2003). É professora do Departamento de Saúde da UESC desde 1990. A experiência na gestão universitária começou como Gerente de Pós-Graduação da UESC, função que exerceu entre 1994 e 1995. De 2000 a 2004, foi Gerente Acadêmica e, de 2002 a 2006, foi vice-coordenadora do curso de Medicina.

 











 

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- Professora, o PDI, Plano de Desenvolvimento Institucional da UESC, foi concluído. Qual a importância desse documento para a Instituição?


Vice-Reitora Adélia PinheiroEstávamos, até este momento, sem um documento de referência de desenvolvimento institucional, já que o PDI anterior tinha concluído a sua vigência. Portanto, hoje contarmos com um Plano de Desenvolvimento Institucional aprovado pelo Conselho Superior da Universidade nos traz exatamente um instrumento de gestão importante que nos auxilia a projetar a instituição para o futuro, nos aponta os caminhos que devemos percorrer para alcançarmos, efetivamente, o desenvolvimento institucional a partir do olhar dos diferentes segmentos da Universidade, bem como a comunidade externa. O PDI juntamente com o PPA (Plano Plurianual) e o Plano Pedagógico Institucional (PPI) se constituem nos principais instrumentos de gestão de uma instituição de ensino superior, que devem, por sua vez, estar ancorados na auto-avaliação institucional. Contamos, efetivamente hoje, com todos os três instrumentos de gestão em vigência, tendo sido construídos em processo democrático, com escuta aos diversos segmentos envolvidos e, por outro lado, temos também avançado bastante nos trabalhos da CPA, comissão própria de auto-avaliação. É um cenário bastante favorável e em consonância com as atuais políticas para a educação superior, no que diz respeito aos seus instrumentos de gestão e à sua capacidade de auto-avaliação. 

Como a senhora avalia a participação da comunidade acadêmica no processo de construção do PDI?

Percorremos parte de 2008 e em 2009 na construção do PDI, e fizemos esse percurso, que foi cumprido com a participação da comunidade acadêmica interna e externa também. Convite foi dirigido a toda comunidade acadêmica e externa, às lideranças externas, e tivemos uma resposta e participação desses atores nos diversos momentos de realização de oficinas do PDI. Entendo que quando a gente fala de percursos democráticos sempre esperamos muito, mas essas oficinas ocorreram com participação qualitativamente importante, com a representação dos três segmentos da Universidade, sempre, os discentes, servidores técnico-administrativos e professores, pessoas tanto que fazem parte hoje da gestão e que não fazem parte da gestão. Mas quantitativamente poderia ter sido melhor. Isso não desmerece o percurso, mas obviamente nos fala da necessidade de construirmos uma cultura de elaboração coletiva e quantitativamente muito mais importante do que foi. Acreditamos que, nos próximos anos, com a implantação e efetiva operacionalização deste PDI, e obviamente também com o crescimento, acúmulo de experiência e cultura de auto-avaliação, nós possamos contar com o despertar da comunidade acadêmica para essas questões. De qualquer sorte, avaliamos a que o PDI foi construído de forma coletiva, democrática, buscando e possibilitando de forma bastante efetiva a participação de todos os segmentos internos da Universidade e também de lideranças externas.

Bem, o PDI permite um diagnóstico preciso da realidade da Universidade. Institucionalmente, como poderíamos caracterizar a UESC hoje?

Primeira questão que é possível chamar a atenção e localizar de forma muito clara é a juventude da Universidade. É uma instituição jovem, que tem hoje uma boa estrutura física, uma estrutura física de qualidade, o corpo docente extremamente qualificado, corpo técnico administrativo, ainda que quantitativamente aquém das necessidades da Universidade, é de excelente qualidade, que está apta a expansão a partir, principalmente, da consolidação daquilo que já fazemos. Estamos localizados numa região que se coloca, nesse momento, como tendo necessidade de investimentos do Governo do Estado da Bahia e do Governo Federal, sempre na direção do desenvolvimento sustentável, e acreditamos que a UESC como Instituição Pública da educação superior reúne todos os requisitos para que esteja nesse processo como uma instituição de qualidade, podendo assumir um importante papel no momento atual da região. .

Com base no PDI, quais são os principais vetores de expansão da Universidade? 

Como uma Instituição de Ensino Superior, os vetores de expansão estão ancorados nas atividades de uma instituição universitária: ensino de graduação e de pós-graduação, pesquisa e extensão. Não podemos deixar de mencionar, e isso está bem claro no PDI, que devemos agregar a essas três funções - que se colocam de forma imbricada, indissociável - a questão do empreendedorismo e a inovação. Então, os vetores de expansão da Universidade, eles estão direcionados para isso, empreendedorismo e inovação, a questão que deve permear absolutamente todas as atividades da Universidade. Obviamente, que se projetamos a Universidade para o futuro, consolidando-a e com a expansão vinculada ao ensino, a pesquisa e a extensão, de forma relacionada ao empreendedorismo e a inovação, isso é um vetor. Não podemos esquecer que a estruturação interna, ou seja, a consolidação da gestão da Universidade, vai permitir a sua expansão através das atividades fins. A atividade meio é importante para que nos qualifiquemos e possamos cumprir a nossa missão de realização e contribuição para o desenvolvimento das pessoas, da sociedade, a partir do ensino, da pesquisa e da extensão.

Professora, qual a perspectiva de novos cursos na graduação para a UESC?

O PDI, de forma bastante interessante, nos aponta três diretrizes prioritárias para o ensino de graduação. O primeiro deles é a reformulação curricular, e posso abordar isso a partir da mudança das necessidades requeridas pelo mundo do trabalho, pela sociedade na formação das pessoas e de profissionais, estando, portanto, as reformulações curriculares relacionadas às mudanças que ocorrem mesmo trazendo necessidades de adequação, atualização do perfil daquele estudante e futuro profissional que formamos aqui na Universidade. A segunda diretriz seria a capacitação docente, que é a preparação e permanente atualização do corpo docente, para cumprir a missão de formação de pessoas para a ação no mundo do trabalho. E por fim a criação de novos cursos. O PDI não diz quais são eles, mas compromete a Instituição para criação de novos cursos de graduação. Fomos encontrar as respostas para que cursos seriam no PPA -Plano Plurianual, que define alguns cursos que deverão ser implantados no período de vigência do PPA, que vai até 2012, e lá encontramos, entre os que estão previstos no PPA, a Universidade ainda não implantou nenhum. Mas já estão em discussão três novos cursos: de psicologia - existe uma comissão implantada em funcionamento na Universidade para discussão e elaboração do projeto pedagógico do curso de psicologia; o curso de nutrição e um curso na área de artes; porque os demais, como bacharelado em Química, já foi implantado, o bacharelado em Geografia, já foi implantado, a licenciatura em Ciências Sociais, já foi implantado, e, recentemente, na última reunião do Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão da Universidade, tivemos a aprovação de implantação de quatro novas engenharias: elétrica, mecânica, civil e química. Quatro engenharias que deverão ser implantadas em 2011, com início do curso no segundo semestre. No PPA, não estava previsto a implantação dessas quatro engenharias, havia previsão de uma única engenharia sem definição de qual seria, mas o contexto regional mudou bastante, sendo hoje possível fazer a justificativa social, bem como, a análise de viabilidade institucional para a implantação dessas quatro engenharias. Então, já estamos bastante avançados no que diz respeito ao cumprimento dos cursos previstos no PPA e dando cumprimento ao que está efetivamente posto do PDI, que é a expansão e implantação de novos cursos de graduação.

E quais as perspectivas na área dos cursos de pós-graduação?

Na pós-graduação, a UESC já se coloca como entre as quatro universidades estaduais existentes no estado da Bahia, aquela que tem o maior número de cursos pós-graduação stricto sensu. No PDI, é possível localizarmos como diretrizes prioritárias para pesquisa e pós-graduação, a dinamização da pesquisa, a consolidação da pós-graduação e a dinamização da infra-estrutura da produção de conhecimento. Focando mais na questão da pós-graduação, poderia dizer que temos um conjunto bastante razoável de cursos de pós-graduação stricto sensu já implantados. Agora precisamos lidar com a consolidação desses cursos. A boa parte dos cursos é avaliada com o índice 3 pela CAPES. Deveremos então trabalhar para a valorização dos cursos e a mudança na avaliação da CAPES para conceitos mais altos, juntamente com isso a vinculação aos mestrados. Na última reunião do CONSEPE, foi aprovado o encaminhamento a CAPES de mais dois cursos de doutorado vinculados aos mestrados já existentes. Temos vinculado ao PRODEMA, um doutorado já em funcionamento, vinculado ao Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, este em associação ampla com outras instituições que têm mestrado na área. É uma proposta diferente trabalhar em associação ampla, é diferente para UESC, mas é importante no momento em que discutimos a produção do conhecimento, a realização de pós-graduação em rede. Portanto, um caminho para a consolidação de pós-graduação e também a dinamização da infra-estrutura para a produção de conhecimento. Dos nossos mestrados já implantados, uma boa parte é na área de biológica e de ambientais. A área de ciências exatas e tecnológicas já conta com dois cursos, mas deve expandir, pois temos capacidade, temos potencial interno para expansão nessas áreas. E não tenho dúvida que precisamos trabalhar internamente para que alcancemos as condições necessárias para proposição e implantação de cursos de pós-graduação stricto sensu na áreas de educação e de saúde.

Que diretriz então o PDI aponta para o intercâmbio com a comunidade, professora?

Aí estamos falando efetivamente na forma como a Universidade se projeta para fora, e ai localizamos também no PDI as diretrizes que são apontadas para a extensão. A primeira delas é A dinamização da elaboração de projetos comunitários, a criação e capacitação de grupos temáticos e a criação de núcleos permanentes de extensão. Neste item, está reconhecida a complexidade inerente à estrutura da sociedade e, portanto, os requerimentos que a sociedade traz a Universidade, que possam levar à contribuição do conhecimento produzido na Universidade, a formação das pessoas que possam ser colocadas em benefício do desenvolvimento da sociedade loco regional, ou em limites geográficos mais amplos. É assim que se coloca como importante desafio para a UESC, a sempre e crescente aproximação com a comunidade externa, com a sociedade, como já disse, loco regional, para o atendimento às suas necessidades. Obviamente não como órgão executivo, neste caso, mas como a instituição que produz conhecimento, que forma pessoas que devem trabalhar em colocar todo o conhecimento produzido à disposição dos requerimentos da sociedade. Essas ações devem se voltar para uma aproximação com as comunidades loco regionais, no sentido sempre de, além de colocar a disposição o conhecimento produzido aqui na universidade, também propiciar o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida das pessoas, dos processos produtivos ai existentes do desenvolvimento de arranjos produtivos locais. Essas são questões que se colocam para a Universidade, eu tenho certeza que já temos cumprido. Temos uma boa história já nessas ações ,e que deveremos aprofundar muito mais no nosso futuro.

Nesse sentido, professora, qual a concepção de futuro pra Universidade Estadual de Santa Cruz?

A projeção de futuro para a Universidade, e a o futuro que eu falo, no PDI se fala em cinco anos, mas obviamente que é um primeiro caminho e que já coloca a Úniversidade pros próximos anos seguintes. Mas a visão de futuro fala da modernização da administração e do planejamento, ou seja, modernização do que é gestão na Universidade. Ressignificação da indissociabilidade do ensino, da pesquisa, da extensão, a partir de diferentes relações entre essas funções, fins da Universidade e que possam também concretizar uma aprofundamento das ações de assistência estudantil de empreendedorismo, como já disse, de inovação como demandas específicas e mais recentes que se colocam para uma instituição universitária. Caminhando com essa visão de futuro podemos certamente dar maior concretude a missão da universidade, a missão da Universidade Estadual de Santa Cruz, projetando portanto, a instituição para frente e para o atendimento às demandas anseios e requerimentos da sociedade loco - regional sem deixar de olhar para o contexto no mundo como um todo. Cabe a uma instituição universitária olhar para além de suas fronteiras imediatas para se colocar como uma instituição deste porte no mundo contemporâneo. Essa é a visão de futuro pra universidade, assim que ela se projeta para o aqui, para o agora e para o que virá.

Professora, com relação às políticas de acesso de alunos à Universidade, hoje já se teria uma avaliação a respeito do sistema de cotas implantado na UESC?

As avaliações quantitativas estão em andamento, não teria resultados para antecipar. Entretanto, é importante retomarmos, nessa entrevista, como foi que no PDI se discutiu a assistência estudantil, uma das importantes dimensões trabalhadas. A UESC avançou bastante no estabelecimento da política da reserva de vagas, avançou na estruturação da bolsa permanência, entretanto, ainda tem alguns caminhos a percorrer que diz respeito à infra-estrutura de apoio aos estudantes em situação social desfavorável, mas que devem ter o apoio necessário à conclusão do curso no menor tempo possível. Então se colocam hoje ainda como desafios para a UESC, a implantação de uma residência, estrutura de residência estudantil, uma unidade de saúde, a implantação de uma creche que atenda à comunidade interna e à comunidade acadêmica - professores, funcionários técnico-administrativos e estudantes- e que possamos assim, não dar, mas ter uma estrutura que apóie os estudantes para o desenvolvimento dos cursos, aqui na Universidade. Estes são os desafios que se colocam ainda sem solução, no momento, mas que se projetam para o atendimento em médio prazo. Acreditamos, estamos trabalhando para isso, e sabemos que contamos com o apoio da comunidade acadêmica.

Professora, a gente agradece a sua atenção pela entrevista e agora deixamos os microfones abertos para as suas considerações finais.

Agradeço também a oportunidade da entrevista, destacando para a comunidade acadêmica a importância de dispormos de um instrumento de gestão deste porte, o fôlego que este PDI tem, cumprindo os passos que levam a assumirmos a confiança na legitimidade e representatividade do PDI para a Universidade, para a UESC hoje. E na certeza que trabalharemos com ele, não somente os que estão na gestão, mas toda comunidade acadêmica, trabalhando com este PDI e projetando a Universidade com a desafiadora visão de futuro que ele apresenta.

Obs.: Clique aqui e faça o download do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)
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