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Entrevistas

"A UESC hoje é a 1ª das estaduais em captação de recursos e também em publicações"

 

Entrevista com o Professor Júlio Cascardo – Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UESC, em 04/07/2008.

Graduado em Agronomia pela UFRJ, o professor Júlio Cezar de Mattos Cascardo tem mestrado em Agronomia (Fisiologia Vegetal) pela Universidade Federal de Lavras e doutorado em Ciências Agrárias (Fisiologia Vegetal) pela Universidade Federal de Viçosa. É professor titular da UESC, orientando no Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular. É orientador de mestrado e doutorado em biotecnologia pela Universidade Estadual de Feira de Santana, co-orientador de pós-graduação da Universidade Estadual de Campinas e co-orientador de pós-graduação da Universidade Federal de Viçosa.

 











Para ouvir a entrevista realize o downlod do arquivo


Uesc.br – Professor, como o senhor avalia as áreas de pesquisa e pós-graduação da UESC na atualidade?


Julio Cascardo – A UESC atualmente conta com nove programas de pós-graduação e 10 cursos, sendo que a Genética tem Mestrado e Doutorado que são considerados dois cursos distintos. Se a gente retroceder cinco anos, a gente vai ver nitidamente o crescimento nessa área. Isso é reflexo de duas coisas. Uma, novas contratações, tivemos vários concursos públicos recentemente, de 2000 pra cá, e também o retorno dos professores que foram saindo da UESC para se qualificar fora. Então, é natural, e é desejável, que doutores ao retornarem para instituições se dediquem à pesquisa. E pesquisa hoje não caminha dissociada da pós-graduação, porque a pós-graduação funciona como um tentáculo. Um professor que tem três, quatro, cinco, seis alunos, ele tem seus tentáculos, e isso o torna competitivo no sistema de Ciência e Tecnologia, que é bastante exigente no que tange a qualidade e quantidade de publicações. Hoje, a pós-graduação, eu digo que ela é a melhor forma de uma Universidade se consolidar com bons doutores. A pessoa ao ser contratada ou ao retornar de seu Doutorado, ela vai ser recebida, bem recebida dentro de um programa de pós-graduação que tem aderência com a área que ela se doutorou. Basicamente, hoje todos os professores da UESC têm mestrado e a maioria está fazendo doutorado.

Uesc.br – O senhor tem cerca de um ano e meio à frente da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. Como a pesquisa acadêmica pode contribuir para ajudar na crise agrícola e econômica regional?

JC – Além de ser pró-reitor, eu tenho sete anos que participo da pós-graduação em Genética e também, atualmente, na de Microbiologia, e conheço a fundo todos os nossos programas. O que eu digo é: a grande parte dos nossos programas de pós-graduação tem como tema de suas pesquisas, direta ou indiretamente, o foco na problemática regional, não só a agrária, mas também no setor de pesca, no setor de cultura e turismo, meio-ambiente. Eu digo assim, que a pós-graduação tem duas vertentes. A principal, na verdade, é a formação de mão-de-obra altamente qualificada, que esse é o maior produto que uma pós-graduação gera, é criar uma massa crítica que a gente imagina que quando se colocar no mercado ela vai participar da tomada de decisões e isso é uma das coisas avaliadas hoje pela CAPES, que é exatamente aonde vai parar o seu produto, aonde os nossos alunos se colocam no mercado de trabalho. E outra, não menos importante, é que ao trabalhar suas dissertações ou suas teses de doutorado, serem feitas com uma problemática da região, ainda que muitas vezes se trabalhando com uma pesquisa muito básica, mas que tem como foco algum problema, ou alguma coisa pra região. Você também tem uma geração de conhecimento. Conseqüentemente, em algum momento, esse conhecimento pode vir a ajudar a resolver esses problemas. Eu acho um pouco temerário, eu não gosto de dizer ah nós vamos resolver algum problema, mas certamente, nós vamos ajudar a resolver o problema. Então, esse é o principal papel da pós-graduação hoje, no que tange a ajudar ah crise, porque a gente está imerso em uma crise aqui na região.

Uesc.br – Do ponto de vista prático, na área da pesquisa, que contribuição estaria sendo dada, no momento, na área da cacauicultura?

JC – Nós temos vários projetos de cunho prático, como os programas de produção vegetal, que é um projeto do Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais, como também na pós-graduação em Genética e Biologia Molecular, nós temos trabalhos na área de Genoma, que, a princípio, é uma área extremamente básica. Mas hoje o entendimento que nós temos da doença, por exemplo, da vassoura de bruxa, e os mecanismos que o fungo utiliza para conseguir quebrar a resistência, a planta ser mais resistente ou mais suscetível, certamente já estão nos dando boas dicas de como utilizar isso mais praticamente. A UESC tem uma parceria forte com a Ceplac, na área de cacauicultura, o que é natural, visto que a Ceplac é um órgão que basicamente trabalha com cacau, e existe um intercâmbio grande de resultados entre essas duas instituições e a Ceplac atualmente está colocando na prática algumas coisas que estão sendo descobertas nas nossas pós-graduações. Muitos professores, muitos orientadores das nossas pós-graduações, são pesquisadores da Ceplac, que vêm aqui e orientam alunos. Em termos práticos, fica difícil falar. Mas certamente, eu venho acompanhando o genoma, por exemplo, da vassoura de bruxa, desde que ele foi criado em 2000. Fui o coordenador dele, aqui na UESC. Eu te falo que o conhecimento que nós temos hoje dessa doença é infinitamente superior ao que tínhamos há oito anos. Isso certamente auxilia, de alguma forma, direciona todo o programa de melhoramento da Ceplac, porque hoje a gente já sabe o que é bom e o que é ruim na planta, a gente pode transformar isso em alguma coisa prática, que, no melhoramento de cacau, seria um desenvolvimento de marcadores moleculares - isso é a coisa mais prática que a gente pode chegar - e entregar isso na mão dos melhoristas da Ceplac, e eles lá trabalham em cima disso, utilizando essa ferramenta, que é uma ferramenta por um lado sofisticada, mas já bastante trivial para quem trabalha com melhoramento.

Uesc.br – Como pesquisador, o senhor acredita no soerguimento da lavoura cacaueira?

JC – Eu acredito, e tenho que acreditar até porque toco duas fazendas, então tenho que ter muita fé. O problema do cacau é uma conjunção de fatores. Eu acho que a vassoura de bruxa veio numa época ruim, em que o preço do cacau era muito ruim, e ela foi - vamos dizer assim dizer, no jargão - um tiro de misericórdia. Hoje o preço está muito bom, embora o dólar esteja baixo, mas o preço em dólar nunca esteve tão alto e o problema hoje é a falta de capital. É um custo relativamente elevado pra você soerguer a sua cultura, mas eu acredito, sim, com algumas nuances um pouco diferente, hoje o agricultor não pode ser aquele agricultor que não aparece na fazenda. Ele tem que ter um perfil mais de administrador mesmo, de empresário e estar mais presente na tomada de decisão e tem que tecnificar. Hoje, a cultura não é mais como antigamente, tem que ser bem tecnificada e com esses preços que temos hoje de cacau, se você tem uma cultura produtiva certamente é um bom negócio.


Uesc.br – Quais são as perspectivas da pós-graduação na UESC?

JC – Eu cheguei na UESC em 1999 e a Universidade tinha dois programas de pós-graduação. Hoje nós temos nove programas, então, se você tirar uma média, em oito anos nós aprovamos em média um curso por ano. E não foi bem assim, na verdade até 2002 não houve nenhum tipo de aplicação para novos cursos, até porque não havia um número de doutores suficiente na UESC, eu lembro quando eu cheguei, eu fui o quadragésimo doutor da UESC. Hoje já estamos chegando a um número relativamente próximo de 250. Então, é óbvio que com mais doutores você junta 10, 15, 20 doutores numa área afim e, se eles forem produtivos, podem propor um projeto que se chama APCN, que é uma proposta CAPES de criação de um novo curso. De 2003 pra cá, a gente tem visto sistematicamente de uma a três propostas ano. No ano passado, nós tivemos três propostas, duas foram aprovadas e a terceira passou por diligências, foi re-submetida - não vou dizer o nome, mas já soube que 99,9 % já está aprovada, estamos esperando a comunicação oficial da CAPES. E fora essa submetemos mais duas, com boas perspectivas. Eu acredito que ainda vai haver um crescimento, que era uma demanda reprimida, porque a UESC hoje tem 230 doutores in loco e apenas 100 participando de programas de pós-graduação. Se a gente pensar no papel pleno de um doutor em uma instituição é ensino, pesquisa, extensão. A pesquisa, como eu disse no início, passa por uma boa pós-graduação. Então a gente tem hoje uma boa perspectiva de crescimento com esses 100, 150 doutores que, vamos dizer, ainda não estão participando ativamente de pós-graduações. Então, eu acredito que a gente vá ter nos próximos três ou quatro anos, a submissão de duas a três propostas por ano, e aí vai haver uma parada porque todos os departamentos vão ter já alguma pós-graduação. Eu gostaria de deixar claro que é extremamente positivo que um departamento tenha uma pós-graduação, porque, a gente vai ver mais pra frente que os benefícios da pesquisa hoje para Universidade estão sendo muito grande.

Uesc.br – O senhor falou em três propostas que estão sob análise da CAPES. Quais são as áreas dessas propostas de mestrado (pós-graduação)?

JC – Existe um na área de Física, outro na área de Ecologia de Florestas e outro, profissionalizante, na área de Gestão e Sustentabilidade. As três propostas estão muito bem formatadas, muito bem alinhavadas, com grandes perspectivas de serem aprovadas.

Uesc.br – Com os novos laboratórios que estão sendo implantados na UESC, qual o salto da instituição na área de pesquisa?

JC – O salto vai ser muito grande. Nós tivemos recentemente a inauguração do Centro de Biotecnologia e Genética, o NBCGIB (Núcleo de Bioinformática), Informações Tecnológicas, o Centro de Pesquisa e Radiação, o Centro de Microscopia, o Hospital Veterinário, que hoje agrega a pós-graduação em Ciência Animal. Certamente, você tem uma área bem estruturada - não são adaptações - são laboratórios, os prédios foram construídos para serem laboratórios, eles têm toda uma lógica de organização que facilita bastante o trabalho. E também vamos conseguir dissociar os laboratórios de aula dos laboratórios de pesquisa, que isso era uma coisa essencial, porque, muitas vezes, você estava no meio de uma pesquisa e entravam 15, 20 alunos para ter aula. A UESC tinha um problema de espaço, nós convivemos com isso durante alguns anos, hoje nós já demos uma grande desafogada e os novos prédios que já estão aprovados e já estão iniciando as construções. Nós temos um novo bloco de pós-graduação que vai sair, vão ter laboratórios de Sistemas Aquáticos, laboratórios da Produção Vegetal, da Zoologia Aplicada. Aprovamos esse ano outro projeto para outras quatro pós-graduações, que seria Cultura e Turismo, Linguagens e Representações, Microbiologia e Biotecnologia de Microrganismos e Ciência Animal - esse projeto foi recém-aprovado, o resultado saiu tem duas semanas. Também tivemos o CTInfra do ano passado, todos os projetos Finep, são projetos grandes institucionais, que vai dar uma reformada na rede lógica e também na parte elétrica da Universidade, que também era um gargalo. A Universidade cresceu muito e, com isso, vieram os problemas, o que é positivo, porque é dos problemas que a gente tira as boas soluções.

Uesc.br – O que representará o funcionamento do INPAF aqui na UESC?

JC – O INPAF é um centro único. A União Européia, a partir do ano que vem - salve engano - vai impor uma série de medidas e normas pra qualidade do que eles importam. A gente vê na mídia a questão da carne e outras coisas mais. Isso vai valer para quase tudo que é exportado para a comunidade européia, inclusive o próprio cacau. Resíduos de pesticidas, micro toxinas, contaminantes, isso tudo vai ser analisado nesse Centro. Ele vai ter uma aplicação prática, mas parte do seu tempo, eu não sei precisar o percentual, não sei se 20, 30 ou 40% do tempo de máquina ou de pessoas que lá trabalharão, será voltado para a pesquisa. Como vai ser um Centro relativamente grande, com equipamentos de grande porte nas mais diversas áreas de análise-química, físico-química e microbiológica, ele vai vir também auxiliar e muito aos programas de pós-graduação já existentes e alguns outros que futuramente possam vir a ser implantados na Universidade. Só pra ressaltar, ele é o único das Américas hoje, então é muito importante. Foi uma briga, uma competição muito grande entre várias instituições, inclusive aqui do Brasil, então, o fato desse Centro ter vindo para a UESC foi um salto bastante grande que foi dado nesse sentido, e que vai colocar a UESC também no centro desse tipo de análise, o que é bom para a Instituição, porque leva o nome da instituição junto, né?

Uesc.br– Qual a sua opinião sobre a parceria entre universidades públicas e setor privado na realização da pesquisa científica?

JC - Eu vejo isso hoje como indissociável. É óbvio que o grande fomentador da pesquisa ainda é o Estado, os grandes projetos de pesquisa básica são financiados pelo Estado. A gente tem grandes órgãos como a FINEP (Ministério de Ciência e Tecnologia), o CNPQ com projetos menores, a FAPESB aqui, nossa fundação, com projetos de médio e pequeno porte. Hoje, nas universidades, eles que são os grandes financiadores. Porém, o Brasil forma hoje 10 mil doutores ano, estou excluindo os mestres da estatística, e você não tem mais colocação para 10 mil doutores ano, que não seja criando empregos na iniciativa privada. Nos Estados Unidos, um percentual muito maior que no Brasil, não sei precisar quanto, dos doutores, está na iniciativa privada, com empresas de base tecnológica. A gente vê aí, Google, Microsoft, essas empresas foram criadas por cinco, seis doutores de grandes universidades que se juntaram e formaram essas empresas e que são hoje o que são, o que a gente conhece. O Brasil está engatinhando nesse sentido. Recentemente foi aprovado um fundo, que é gerido pela CAPES, chama-se Lei do Bem, no qual as empresas podem financiar um projeto e abater entre 15 e 85% do valor financiado do seu imposto de renda. Se ela abate 15%, significa que quero investir muito, mas quero descontar pouco, mas eu vou ter um percentual de 85% de direitos autorais sobre aquele produto ou processo tecnológico que for desenvolvido. Ou, às vezes não, a empresa quer financiar e abater 85% do que ela financiou, mas em compensação ela não faz questão. Enfim, o múltiplo é 100, se você financia 100, abate 15, você tem 85% de direitos sobre aquela patente ou produto. Se você financia 100, abate 85, você passa a ter 15%. Então existe hoje esse fundo, que conta com mais de 65 milhões de reais, e está aguardando exatamente as propostas, e essas propostas obrigatoriamente têm que sair da instituição, pelo Núcleo de Inovação Tecnológica, o famoso Nit, que na UESC é ligado à PROPP, e o seu regimento está sendo submetido ao próximo CONSU. Ele foi bastante depurado, a gente trabalhou em cima desse processo, então a idéia é que com a aprovação do NIT, institucionalmente, em breve a gente constitua na Universidade a incubadora de empresas. O que é incubadora de empresas? Incubadora de empresas é, como a Universidade hoje tem um portfólio razoável de pós-graduações, você pode ter alguma empresa de base tecnológica que vai ter interesse de se hospedar dentro do campus da UESC, nessa incubadora, que vai fornecer uma quantidade básica de serviços, que seriam espaço físico, acesso a internet, enfim, eles vão utilizar a estrutura física dos nossos laboratórios. Obviamente, tudo contratual. E essa empresa tem xis anos para se tornar independente e sair de dentro da Universidade e se sustentar por conta própria. Isso é uma parceria de sucesso que já existe nas grandes universidades e funciona muito bem. E a gente espera, até o final do ano, já estar com tudo consolidado. Nós recentemente aprovamos um projeto na FAPESB, na área de inovação, sob a coordenação do professor Flávio Pedro Bom, que é bolsista de produtividade em inovação tecnológica, então a gente fez uma proposta institucional que contempla que a contrapartida da Universidade seria a estruturação desse espaço físico que virá a ser, no futuro, a incubadora de empresas de base tecnológica dentro da instituição.

Uesc.br – Professor, o volume de recursos de pesquisas em andamento na UESC soma quase 25 milhões de reais. Qual a posição da UESC em relação às demais instituições de ensino superior público da Bahia?

JC – Depois da UFBA, que é uma universidade muito maior, a UESC é a segunda Universidade do Estado. A primeira das estaduais e a segunda no Estado em captação de recursos e também em publicação no triênio de 2004 a 2006. Nesse triênio, a avaliação do CNPQ, está na página, foi a Universidade com maior número de publicações em revistas indexadas, que é o que importa no meio científico e acadêmico porque são revistas em que você está sendo avaliado pelos seus pares, então isso dá um respaldo maior ao que você faz. Inclusive a UESC hoje, a gente abriu um edital, uma licitação, e ela tem um contrato firmado com uma tradutora, uma empresa de tradução de artigos, que a gente pode submeter, se não me engano, de 10 a 15 artigos por mês. Então, o professor entrega e o único compromisso que a UESC exige é que ele envie o artigo para publicação em até trinta dias após o recebimento para tradução e que esse artigo seja submetido para uma revista de qualidade. Porque também não adianta a gente investir recursos na tradução de artigos para ele ser publicado em uma revista sem muito respaldo científico ou artístico, cultural, tecnológico. Isso vale pra todas as áreas. A Universidade está fazendo a sua parte e a gente espera que os professores façam a parte deles.

Uesc.br – Professor, muito obrigado pela entrevista, se o senhor tiver algo a acrescentar.

JC – Hoje, a Universidade está passando por um momento bom, virou um canteiro de obras, isso salta os olhos,e vai ser mais ainda a partir de setembro, com a construção de várias novas unidades dentro da Universidade. A gente tem um montante hoje de quase 100 professores fora fazendo doutorado, acho que têm dois ou três fazendo mestrado, e o que a gente espera desses professores é que ao retornar eles dêem continuidade ao que já está em andamento dentro da instituição, que é essa mobilização pela qualidade, isso é uma coisa muito importante dentro da Universidade e que os seus professores, principalmente os doutores, ao serem contratados ou ao retornarem à instituição dêem um retorno institucional. O que é esse retorno institucional? É que eles se envolvam de alguma forma com a pesquisa e a pós-graduação dentro da instituição, que esse é um entendimento que a CAPES tem, que é quem nos avalia. Então, é muito temerário a Universidade ter 100% de seu quadro de doutores, e esses doutores não exercerem essa função social que a CAPES preconiza. Porque um bom graduado pode dar uma aula tão boa quanto um bom doutor, mas no Sistema de Ciência e Tecnologia uma pessoa com graduação pode ser muito boa, mas ela não tem a capacidade curricular de submeter propostas e aprovar projetos, isso cabe aos doutores. Por isso, é importante que os doutores ao se doutorarem em universidades boas, de qualidade, façam bons doutorados, façam bom proveito dos seus doutorados, que publiquem ao máximo que puderem, porque ao retornar para a Universidade com um currículo já bom, ele pode rapidamente ingressar no sistema de pesquisa. A Universidade financia projetos, então é bastante normal que um jovem doutor, ao ser contratado ou retornar à UESC após seu doutorado, ele submeta uma proposta interna à Universidade, tendo mérito ela sempre tem financiado esses projetos, a Universidade tendo recursos ela manda as pessoas para congressos, mas a gente está começando agora a querer exigir um pouquinho das pessoas. Acho que é bastante normal, quem dá sempre quer um pouquinho em troca. Hoje, a UESC, a administração está com essa mentalidade de “vamos continuar dando, mas vamos melhorar”. Então, apesar de tudo, com todos os problemas que temos na Universidade, todo mundo tem, então hoje a UESC tem se saído muito bem no cenário de pesquisa e pós-graduação no estado da Bahia. E no Brasil, nós já temos reconhecimento, as pessoas já sabem quem é a UESC, não nos confundem mais com a estadual de Santa Catarina, porque eu mesmo já fui confundido várias vezes. Então está sendo bastante prazeroso ver o resultado disso acontecer em um espaço de tempo relativamente curto. Na verdade, se a gente pensar em uma janela de oito anos, oito anos para uma Universidade não é nada.
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